A história da Bíblia — e mais, a história do universo — começa com a simples declaração: “Deus criou”. O
restante do capítulo preenche o que ele criou: estrelas, oceanos, plantas, aves, peixes, mamíferos e, finalmente,
o homem e a mulher.
Gênesis 1 diz pouco sobre o processo usado por Deus na criação. Não há nenhuma explicação sobre DNA
ou outros princípios científicos por trás da criação. Em razão disso, pululam controvérsias na internet, nas
salas de aula, e mesmo nos tribunais, entre aqueles que enxergam a mão de Deus na criação e os que veem
apenas a ação das forças cegas da evolução.
O capítulo de abertura da Bíblia, contudo, insiste em dois fatos:
1. A criação é obra de Deus. “Disse Deus [...] disse Deus [...] disse Deus” — esta frase marca o ritmo de
todo o capítulo. Borboletas, cachoeiras, golfinhos, louva-a-deus, cangurus — todos esses são ideias
de Deus. Este mundo magnífico é como um museu interativo e prático exibindo o gênio artístico de
Deus. Tudo o que vem adiante na Bíblia reforça a mensagem evidente de Gênesis 1: Por trás de tudo
na história, há Deus. Cada átomo de hélio, cada galáxia espiral, cada criatura viva existe porque Deus
assim o quis. Pense em Gênesis 1—3 como a assinatura de um artista em uma pintura; Deus está dizendo:
“Isto é meu”.
2. A criação é boa. Como um sino, outra frase ressoa suavemente ao longo do capítulo. “E Deus viu que
ficou bom”. Em nossos dias, somos inundados com notícias alarmantes sobre forças destrutivas na natureza
— muitas delas forjadas por nossas próprias mãos: superbactérias, poluição, mudanças climáticas,
derretimento de calotas de gelo, ilhas maciças de lixo flutuando em oceanos. Muita coisa mudou, e muita
coisa se estragou, desde a criação. Gênesis 1 descreve o mundo intocado que Deus projetou. Todo tipo
de beleza que sentimos na natureza hoje ecoa, ainda que vagamente, aquele estado inicial de pureza.
Com efeito, a Bíblia abre e fecha com grande parte do mesmo cenário: um jardim, regado por um rio, com
seres humanos vivendo na própria presença de Deus. As duas cenas são como colchetes de perfeição em
torno da história de um planeta seriamente danificado.
Em 1968, véspera de Natal, o astronauta Frank Borman fez a leitura de Gênesis 1 durante uma transmissão
direta do espaço sideral. Olhando pela janela, ele contemplou a Terra: uma esfera tremendamente bela
e assustadoramente frágil, suspensa solitária na escuridão do espaço. Hoje, essa é uma visão a que qualquer
pessoa tem acesso — não apenas com o auxílio do Google Earth, mas a partir das páginas abertas da Bíblia.
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