quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

O Evangelho da Carne – parte 2



Estamos falando de outras igrejas e não da nossa?

Como está sua vida com Deus?

Como anda a sua vida de oração?

Como vai sua vida em família?

Como está seu relacionamento com os vizinhos?

Como você se relaciona com os estranhos?

Fácil a gente falar da igreja dos outros. Fácil falar dos outros pregadores. Mais fácil ainda falar dos membros das outras igrejas.

Como anda a nossa igreja.

Somos uma igreja que nos orgulhamos e destacamos em nosso meio de sermos – Tradicional, Bíblica e Acolhedora.

Até onde somos Tradicional?

Até onde somos Bíblica?

Até onde somos Acolhedora?

Ser tradicional é muito fácil, é só seguir à risca o roteiro de culto, ou seja, faz uma recepção com a oração introdutória e um pequeno texto bíblico.

Um louvor do hinário.

Alguns avisos.

Alguns louvores, no nosso caso sempre em número de 3.

Uma oração.

Mais um louvor do hinário, onde se procede a entrega das ofertas e dízimos.

Mais uma oração.

Uma pregação embasada totalmente na Bíblia.

Oração e bênção final.

Religiosidade, demonstração de pura religiosidade carnal se somente o roteiro for seguido.

Vemos as pessoas que chegam para a igreja como todos os domingos o fazem. Durante o culto, mais parece um velório, esquecendo que nele estamos para cultuar a presença magnífica de Jesus em nosso meio.

Os rostos das pessoas, isso sim é de gelar o sentimento de qualquer um que olhar. Parecem estar somente cumprindo um dever semanal de estar presente ao culto.

Parece que Jesus Cristo nem está ali, pela frieza estampada no rosto e nos olhos daqueles que em tese vieram louvar a Deus.

Ai meu Deus do céu, quando o grupo de louvor sobe ao púlpito para conduzir os louvores. Rostos frios demonstrando tão somente a obrigação do ato. Sorriso, felicidade, são demonstrações que não estão presentes.

Não sei se a equipe de louvor se desmotiva pela falta de vontade de louvar dos membros, ou os membros não possuem nenhuma demonstração de vontade de louvar por falta de motivação do grupo que puxa o louvor.

Então vai a grande pergunta: Onde está se pregando ou praticando um evangelho carnal?

1 – Evangelho carnal em algumas igrejas pentecostais

Vemos constantemente em vídeos postados no Facebook, atos praticados dentro dos cultos em algumas igrejas pentecostais, que mais parecem clubes mundanos, ou mesmo até uma seção de um terreiro de umbanda.

Vemos cultos cujo louvor mais parece um show que não leva a ninguém a verdadeiramente a louvar, mas sim a histeria coletiva que se encontra em qualquer show mundano.

Estamos vendo festas de aniversários de crentes que mais parece uma festa mundana, regada a músicas altas, danças frenéticas, muita pegação entre os jovens e ai por diante.

Cultos que promovem verdadeiros festivais de danças, muitas vezes erotizadas.

Pastores que promovem um verdadeiro festival de circo ou de horrores com as suas atitudes e cima do púlpito, muitas vezes dando a duvidar até da sexualidade daquele que ali está a pregar.

Festas mundanas trazidas para dentro da igreja, com nome alterado só para disfarçar, como o caso das festas juninas do mundo, que as igrejas tem incorporados com as mesmas práticas das festas mundanas, somente mudando o nome.

Pregações cujo enfoque não é doutrinar e muito menos demonstrar o caminho, mas sim o de fornecer ao ouvinte tão somente o que ele quer ouvir.  Pregações focadas na prosperidade, na cura e no engrandecimento pessoal.

Deus se tornou objeto de venda, prega-se que com a entrega do dízimo, Deus lhe recompensará, com a entrega de ofertas, Deus lhe dará 10 vezes mais. Tornando o Deus de Abraão, de Isaac e Jacó em um Deus adepto à corrupção, já que somente fará alguma coisa pelos que o adoram mediante o prévio pagamento da propina proposta pelos pregadores.

Essa é a igreja carnal clara e que se combate, pois se prega um evangelho totalmente distorcido do Evangelho de Deus.

2 – Evangelho carnal em algumas igrejas tradicionais e bíblicas

Devemos estar atentos ao evangelho carnal que não está aparente, aquele que não é pregado pelo pastor ou pela liderança, mas sim praticado pelos membros da igreja.

Em muitas igrejas onde o pastor procede a uma pregação embasada na Bíblia, sem qualquer distorção, quem está no evangelho carnal são os membros.

Parece uma piada, mas se faz também um evangelho carnal muitos que procuram uma igreja que realmente procede a uma pregação doutrinária e na sagrada escritura.

Sim, muitos membros dessas igrejas estão praticando um verdadeiro evangelho carnal. Como? Simples, quando procuram com tanto ímpeto alguém que procede a uma pregação doutrinária, buscando aumentar o próprio conhecimento da palavra de Deus que se esquece da parte espiritual da igreja.

Para verificar esse evangelho carnal praticado pelos membros, basta olhar para as suas atitudes e seus atos.

Como estão as suas atitudes perante as orações dentro da igreja?

Como estão suas atitudes perante o louvor realizado dentro da igreja?

Como está a sua atitude durante a pregação?

Como está a sua atitude depois que sai da igreja?

Vemos em muitas igrejas tradicionais e bíblicas, que durante a oração parte dos membros sequer estão acompanhando a mesma ou procedendo a oração.

Durante o louvor, que louvor? Mais parece musica lançada ao ar, melhor ouvir o rádio do carro. Parece que nada tem a louvar a Deus, pois cantam demonstrando total falta de vontade de o fazer, mas o fazem por se tratar de uma obrigação no momento. Isso quando não estão no celular navegando nos meios sociais ou internet.

Pregação, essa sim a parte que importa, pois está se buscando aumentar o seu próprio conhecimento de forma carnal, claro, para aqueles que se interessam em aumentar seu conhecimento.

Como afirmar isso, simples, muitos estão ali somente por uma obrigação semanal, e, portanto, demonstram total desinteresse no que está sendo pregado pelo pastor. Novamente entra em cena o celular.

Por não haver grupo de células, não sentem a obrigação de propagar o evangelho e de trazer novos irmãos.

Então, cadê a espiritualidade do culto a Deus?

Há, claro, muitos se esqueceram que o culto é para Deus. Que ali estamos para agradecer a tudo o que Deus nos tem feito de bom e até agradecer o que Ele fará por nós.

3 - Espiritualidade, para quê?

Agora vem a pergunta, espiritualidade para quê?

Em JOÃO  4:23-24, o próprio Jesus responde ao dizer que: “23 Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque o Pai procura a tais que assim o adorem.

24 Deus é Espírito, e é necessário que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade.

Os verdadeiros adoradores, isso que devemos ser, adorar a Deus em espírito e verdade, e não somente em corpo e sentimentalismo.

Muitos pregadores estão buscando o próprio enriquecimento, e para tanto, promovem uma pregação de acordo com a vontade carnal de cada um de nós.

A nossa carne busca recompensas humanas e terrenas. A nossa carne busca a prosperidade, busca a cura, busca o namorado ou namorada, a nossa carne sempre está em busca de algo terreno e passageiro, e aproveitando essa situação e tendo total conhecimento disso, muitos pregadores somente possuem pregações que atendem as necessidades carnais, e como muitos estão buscando a Deus de forma carnal, acabam presos nesse círculo vicioso.

O que devemos fazer, adora em espírito e verdade e orar com o espírito e o entendimento, como vemos em 1 Corintios 14:15 “Que fazer, pois? Orarei com o espírito, mas também orarei com o entendimento; cantarei com o espírito, mas também cantarei com o entendimento”.

E ao final lembrarmos das palavras de Paulo aos Filipenses 3:3 “...que servimos a Deus em espírito, e nos gloriamos em Cristo Jesus, e não confiamos na carne”.

Como saberemos que realmente estamos adorando a Deus em espírito e verdade, orando em espírito e entendimento e não confiando na carne?

Quando as pessoas perceberem pelos nossos atos que somos realmente cristãos e não pelas nossas palavras.

Quando essa igreja de 45 membros começar a crescer em número, por pessoas que sentem que Deus está presente em cada um dos membros.


Quando nossos atos demonstrarem a Deus mais do que nossas palavras.

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